terça-feira, 27 de março de 2012

Sabe aquela piada do Rolla?




Sem querer fazer uma defesa apaixonada de um personagem com quem vivi seis anos, agora posso agradecer alguém que me ajudou muito, mesmo quando falava sem saber.

Quando era adolescente e morava em São Domingos do Prata, meu pai apareceu com o livro "O Homem que Matou Getúlio Vargas", de Jô Soares. E o motivo de ele comprar algum livro histórico por aquela época, era quando tinha alguma citação ao tio-avô dele, Joaquim Rolla. O anterior era o "Chatô, O Rei do Brasil" , a divertida biografia de Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais.

Mas enfim, voltando ao livro do apresentador Jô Soares, ele narra a trajetória fictícia de um sérvio com seis dedos que andava pelo Rio de Janeiro tentando exercer a profissão de matador de aluguel. A história se passa na Cidade Maravilhosa pré-Segunda Guerra Mundial. Obviamente, numa passagem de Dimitri pelo Cassino da Urca, o autor discorre sobre o personagem que meu pai era fã (páginas 282/283) :

"O luxuoso Cassino da Urca era a concretização do sonho de um visionário mineiro chamado Joaquim Rolla. Homem de origem humilde que começara a vida como tropeiro, conduzindo bestas de carga pelas trilhas do interior, Rolla chegara a empreteiro de estradas. (...)

Alto e elegante, Joaquim Rolla raramente circulava pelos salões. Comandava seu império da mesa cativa do grill, onde mesmo os figurões do Estado Novo iam render-lhe homenagem. Dono de uma inteligência ágil e brilhante era, no entanto, semi-analfabeto. Mal sabia assinar o nome. Seu vocabulário era inversamente proporcional à riqueza que acumulara.

Consta que, certa vez, encontrara-se à tarde, no centro da cidade, com um conhecido político que estivera a noite anterior no cassino. O político saudara-o dizendo:

— Rolla! Que agradável coincidência!Rolla respondera, sem perder a pose:

— A coincidência é toda minha, Excelência."

Até que o Gordo não deu daquelas tiradas vergonhosas em mim ou no Euler. De preparado, na dedicatória que fiz a ele estava:

"JÔ,

A coincidência é toda nossa!

Abraço,

(...)"



Beijo do magro.







Um comentário:

Marcia disse...

Um barato o seu blog! Voltarei para ler com mais calma
Abraço, Marcia