Sem querer fazer uma defesa apaixonada de um personagem com quem vivi seis anos, agora posso agradecer alguém que me ajudou muito, mesmo quando falava sem saber.
Quando era adolescente e morava em São Domingos do Prata, meu pai apareceu com o livro "O Homem que Matou Getúlio Vargas", de Jô Soares. E o motivo de ele comprar algum livro histórico por aquela época, era quando tinha alguma citação ao tio-avô dele, Joaquim Rolla. O anterior era o "Chatô, O Rei do Brasil" , a divertida biografia de Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais.
Mas enfim, voltando ao livro do apresentador Jô Soares, ele narra a trajetória fictícia de um sérvio com seis dedos que andava pelo Rio de Janeiro tentando exercer a profissão de matador de aluguel. A história se passa na Cidade Maravilhosa pré-Segunda Guerra Mundial. Obviamente, numa passagem de Dimitri pelo Cassino da Urca, o autor discorre sobre o personagem que meu pai era fã (páginas 282/283) :
"O luxuoso Cassino da Urca era a concretização do sonho de um visionário mineiro chamado Joaquim Rolla. Homem de origem humilde que começara a vida como tropeiro, conduzindo bestas de carga pelas trilhas do interior, Rolla chegara a empreteiro de estradas. (...)
Alto e elegante, Joaquim Rolla raramente circulava pelos salões. Comandava seu império da mesa cativa do grill, onde mesmo os figurões do Estado Novo iam render-lhe homenagem. Dono de uma inteligência ágil e brilhante era, no entanto, semi-analfabeto. Mal sabia assinar o nome. Seu vocabulário era inversamente proporcional à riqueza que acumulara.
Consta que, certa vez, encontrara-se à tarde, no centro da cidade, com um conhecido político que estivera a noite anterior no cassino. O político saudara-o dizendo:
— Rolla! Que agradável coincidência!Rolla respondera, sem perder a pose:
— A coincidência é toda minha, Excelência."
Consta que, certa vez, encontrara-se à tarde, no centro da cidade, com um conhecido político que estivera a noite anterior no cassino. O político saudara-o dizendo:
— Rolla! Que agradável coincidência!Rolla respondera, sem perder a pose:
— A coincidência é toda minha, Excelência."
Até que o Gordo não deu daquelas tiradas vergonhosas em mim ou no Euler. De preparado, na dedicatória que fiz a ele estava:
"JÔ,
A coincidência é toda nossa!
Abraço,
(...)"
Beijo do magro.
Um comentário:
Um barato o seu blog! Voltarei para ler com mais calma
Abraço, Marcia
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