segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O viçosense Artur da Silva Bernardes possuía a elegância de um lorde inglês. Nunca cruzava suas pernas ao se assentar. O eterno cacique do PRM (Partido Republicano Mineiro) era uma figura sisuda, culta e muito poderosa. Advogado e promotor, quando ainda estudava direito em São Paulo, foi professor do escritor Monteiro Lobato.

Deputado federal por dois mandatos, logo depois foi eleito governador de Minas Gerais e na sequência executou um dos mais conturbados períodos de um presidente da República do Brasil (de novembro de 1922 a novembro de 1926). Durante seu comando no mais alto cargo político do país ocorreram diversas conspirações frustradas no intuito de desestabilizar a república. As mais notórias, o Tenentismo e a Coluna Prestes. Para dar medo aos anarquistas e subversivos em geral, criou a colônia penal de Clevelândia, o chamado Inferno Verde. Para lá foram enviados diversos mal-quistos pelo governo, dentre eles Domingos Passos, Biófilo Panclasta, Antônio Alves da Costa, Antônio Salgado da Cunha, Nicolal Parado, Domingos Brás, Nino Martins e Maurício Lacerda (pai do futuro político direitista, Carlos Lacerda).

Quando senador, durante a chamada Revolução de 1930, apoiou a Aliança Liberal que derrubou seu sucessor na presidência da república, Washinton Luís. E dois anos depois, foi contra Getúlio Vargas na malfadada Revolução Constitucionalista de 1932. Foi preso em uma fazenda no município de Araponga. Alguns de seus companheiros de conspiração foram presos na sequência, dentre eles, Assis Chateaubriand e Joaquim Rolla, que depois dividiram a cela com Arthur Bernardes Filho numa prisão da capital federal (à época, Rio de Janeiro).

Passou dois anos no exílio e depois que voltou, sempre exerceu algum cargo até falecer como deputado estadual em 1955.

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